economia

Anvisa deve pedir medidas de segurança e manter uso de herbicida polêmico

Deni Zolin

Foto: Jean Pimentel (Arquivo Diário)

Uma das principais polêmicas envolvendo agricultores e ambientalista pode ter uma decisão por parte do governo. Um dos ingredientes ativos de agrotóxicos mais vendidos do país, o 2,4-D, apontado como causador da morte de pomares e de risco à saúde, em especial à tireóide, deverá ganhar aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para continuar no mercado, embora com novas medidas de segurança para o trabalhador e populações que vivem próximas a áreas de cultivo, apurou a agência de notícias Folhapress.

A proposta seria apresentada ontem na Anvisa. A análise ocorre após conclusão da reavaliação toxicológica desse produto, processo que verifica a existência de possíveis novos critérios de riscos à saúde. Segundo a Anvisa, análise de estudos atuais apontam que o produto não é carcinogênico, mutagênico ou teratogênico, ou seja, não causa câncer, mutações e outros danos graves, como má-formações em fetos. A ausência desses critérios levou a Anvisa a se posicionar pela manutenção do produto.

Trabalhadores e moradores de áreas próximas, porém, estão mais vulneráveis a possíveis riscos de intoxicações devido à exposição maior ao produto - daí a necessidade de novas medidas de controle.

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- Tivemos uma preocupação em aprofundar a avaliação toxicológica de forma a dar decisão mais apurada possível. Para o consumidor, não há motivo de preocupação. Mas para o trabalhador e residentes, são necessárias medidas para reduzir a exposição e evitar situações de risco - afirma a gerente de monitoramento e avaliação da Anvisa, Adriana Pottier.

Entre essas medidas, estão a adoção de margem de segurança de 10 metros para uso do produto em regiões onde há população residente próxima a áreas de cultivo; uso obrigatório de equipamentos para evitar que o produto se espalhe além do necessário; veto à aplicação do 2,4-D pela mesma pessoa com o uso de trator e novos limites para entrada de trabalhadores em áreas tratadas. Antes, esse prazo era geralmente de um dia. Agora, deve passar a variar entre dois e 31 dias, a depender da cultura e da quantidade aplicada. Fora desse prazo, a entrada poderá ser feita apenas com o uso de luvas e outros equipamentos específicos para proteção.

Entidades como a Associação Brasileira de Saúde Coletiva contestam estudos e voltaram a pedir a suspensão do produto, com base em estudos que apontavam potencial do produto em gerar alterações do sistema hormonal, má-formação fetal e toxicidade neurológica. A Anvisa diz que não há evidências conclusivas que sustentem essa relação. Hoje, o 2,4-D é permitido na maioria dos países - caso dos EUA, Austrália, Canadá, Argentina, Índia, China e Europa, por exemplo. A única exceção é Moçambique.

- Falam muito que ele é proibido, mas a forma proibida é o 2,4-D butilíco, que não existe no Brasil - diz Pottier.

Pelo jeito, a polêmica vai longe!

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